quinta-feira, 10 de setembro de 2009

11º Evento do LAU - 17/09, 17hs - Sociabilidades e estilos de vida de jovens da periferia de Lisboa e do Rio de Janeiro - Otávio Raposo


O Laboratório de Antropologia Urbana (LAU) convida para a palestra-debate:

"Sociabilidades e estilos de vida de jovens da periferia de Lisboa e do Rio de Janeiro"

Otávio Raposo (ISCTE, Lisboa; PPGSA/UFRJ)

Data: 17/09/2009, quinta-feira
Hora: 17 horas
Local: Sala 420, PPGSA/IFCS/UFRJ (Largo de São Francisco, n.1)

Otávio Raposo, 30 anos, é antropólogo. Viveu nove anos em Lisboa onde fez graduação em sociologia. As pesquisas sobre temas relacionados com as culturas juvenis motivaram-no a fazer o documentário NU BAI – O rap negro de Lisboa. Finalizou o Mestrado em Antropologia Urbana no ISCTE (Lisboa) e está no doutorado na mesma instituição. Em 2009, recebeu uma bolsa da FCT para passar um ano pesquisando no Brasil, vinculado ao PPGSA/UFRJ.

Resumo: O Red Eyes Gang é o nome de um grupo informal de jovens que vive na Arrentela, um bairro da periferia de Lisboa (Portugal). Todos eles são pobres, maioritariamente negros (descendem de imigrantes africanos) e apropriam-se do rap com uma postura que visa pôr em causa as noções dominantes sobre o seu lugar social. Neste processo, reelaboram o significado de ser jovem (pobre e negro) em Portugal, formulando identidades positivas, ao mesmo tempo que recusam e subvertem os discursos estigmatizadores. Na Maré, conjunto de favelas da zona norte do Rio de Janeiro, um grupo de jovens encontra-se todas as semanas para treinar breakdance, o estilo de dança característico do hip-hop. Também rotulados enquanto jovens violentos e perigosos, eles fazem uso da pertença a um mesmo grupo de pares e do recurso ao hip-hop para ressignificarem os seus espaços quotidianos e romperem com os estereótipos que lhes são associados por serem pobres, negros e favelados. Ao negarem o “enclave” sócio-espacial que lhes são destinados, constroem através da dança acções interventivas e mobilizadoras que resgatam o direito à juventude, propondo novas formas de apropriação da cidade.

Acesse a tese de mestrado de Otávio Raposo aqui.

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